A anorgasmia, a dificuldade ou incapacidade de atingir o orgasmo, é uma questão que afeta uma parcela significativa das mulheres, com estimativas frequentemente apontando para cerca de 25% da população feminina. No entanto, é crucial olhar para essa estatística com atenção, compreendendo as nuances e a complexidade dessa condição que impacta diretamente a qualidade de vida e a saúde sexual.
• Anorgasmia Primária (ao longo da vida): Quando a mulher nunca vivenciou um orgasmo.
• Anorgasmia Secundária (adquirida): A mulher já teve orgasmos, mas deixou de ter.
• Anorgasmia Situacional: Ocorre quando o orgasmo só é possível em circunstâncias específicas ou com certos tipos de estimulação.
• Anorgasmia Geral: A incapacidade de atingir o orgasmo em qualquer situação.
A anorgasmia é, na maioria das vezes é multifatorial, resultando de uma intrincada combinação de elementos psicológicos, físicos e relacionais.
• Fatores Psicológicos: Ansiedade, estresse crônico, traumas, crenças negativas sobre sexo, falta de autoconhecimento do próprio corpo e do que gera prazer, e até mesmo questões no relacionamento podem bloquear a resposta orgástica.
• Fatores Físicos/Orgânicos: Alterações hormonais (muito comuns na menopausa), o uso de certos medicamentos (como antidepressivos e anti-hipertensivos), condições neurológicas, a presença de dor pélvica crônica e desequilíbrios na musculatura do assoalho pélvico são causas orgânicas relevantes. Doenças como diabetes e esclerose múltipla também podem contribuir.
• Fatores Relacionais: A falta de comunicação com o parceiro, problemas de intimidade e a inadequação das práticas sexuais às necessidades femininas podem ser barreiras significativas.
A incapacidade de atingir o orgasmo pode gerar sentimentos de frustração, angústia e baixa autoestima. Muitas mulheres silenciam seu sofrimento, o que pode levar a um isolamento e um impacto negativo profundo na vida sexual e no bem-estar geral.
Dentro dessa abordagem multifacetada, a fisioterapia pélvica emerge como um pilar essencial, especialmente quando as causas da anorgasmia têm raízes físicas ou musculares.
• Combate à Tensão Muscular Pélvica: Músculos do assoalho pélvico excessivamente tensos podem ser uma grande barreira. Essa tensão pode causar dor, diminuir a sensibilidade na região e dificultar a resposta orgástica. A fisioterapia pélvica utiliza técnicas de relaxamento muscular, terapia manual e exercícios específicos para liberar essa tensão.
• Desenvolvimento da Consciência Corporal: Um dos primeiros passos é ajudar a mulher a reconhecer e controlar os músculos do assoalho pélvico. Através de exercícios e técnicas de biofeedback, a fisioterapia aprimora a percepção da região, o que é vital para uma resposta sexual satisfatória.
• Tratamento de Disfunções Associadas: Problemas como a incontinência urinária ou o prolapso de órgãos pélvicos, ressecamento vaginal que podem gerar desconforto e constrangimento, são tratados pela fisioterapia. A resolução dessas disfunções pode indiretamente otimizar a função sexual.
• Alívio da Dor Pélvica Crônica: A dor constante na região pélvica é um grande inibidor do prazer sexual. A fisioterapia pélvica emprega diversas técnicas para aliviar essa dor, abrindo caminho para uma experiência sexual mais confortável e prazerosa.
• Melhora da Circulação e Sensibilidade: Exercícios específicos e certas modalidades terapêuticas e tecnologias, como a Eletroestimulação, podem aumentar o fluxo sanguíneo e a sensibilidade na região genital, contribuindo para uma maior resposta do corpo a estímulos.
É crucial entender que o tratamento da anorgasmia raramente é linear. Frequentemente, exige uma abordagem multidisciplinar, reunindo profissionais como ginecologistas, urologistas, terapeutas sexuais, psicólogos e fisioterapeutas pélvicos. Essa colaboração garante que todas as possíveis causas sejam investigadas e que um plano de tratamento individualizado e eficaz seja oferecido à mulher.
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando a anorgasmia, saiba que existe ajuda. Buscar o apoio de profissionais qualificados é o primeiro e mais importante passo para identificar as causas e reencontrar uma vida sexual plena e satisfatória. A fisioterapia pélvica, sem dúvida, é uma peça valiosa nesse quebra-cabeça.
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